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Internacional - Filho de Michael Schumacher faz sua estréia no kart

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Mick Schumacher estreou usando o sobrenome da mãe
Foto:AS
Embora atualmente proprietário de uma equipe de kart, a KSM Motosport – formada com Peter Kaiser e Thomas Muchov, respectivamente o “K” e o “M” da sigla que dá nome à equipe -, que disputa o campeonato alemão da modalidade e visivelmente preocupado em driblar o assédio da imprensa, Michael Schumacher escolheu o kartismo espanhol para o debut oficial nas pistas de seu filho Mick - de apenas nove anos de idade -, que foi inscrito com o nome de Mick Betsch – o sobrenome de sua mãe Corinna - na segunda etapa do Open RACC - certame promovido pelo Automóvel Clube de Barcelona -, disputada no dia 13/04 no Circuito Sils, na Província de Girona – Catalunha -, sendo acompanhado apenas por seu avô paterno (e um forte esquema de segurança).

Segundo fontes do jornal espanhol AS - que descobriu e publicou com alarde a estréia nas pistas do “Schumaquinho” -, as portas do kartismo espanhol foram abertas pelo multi-campeão de rali – WTCC - Carlos Sainz, membro da diretoria do RACC e pai de um dos pilotos da KSM Motorsport no Campeonato Alemão de Kart. Ironicamente, o caçulinha do hepta-campeão mundial de F1 fez sua estréia no kartismo a bordo da um chassis Fernando Alonso (FA Kart), linha criada pela fabricante italiana Tony Kart em projeto de Genís Marcó, proprietário da equipe espanhola GeniKart que fornece em sistema de sorteio todos os karts da Cadete no Open RACC. Fernando Alonso foi o ultimo grande rival da vitoriosa carreira de Michael Schumacher.

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Genís Marcó
Foto:Arquivo
Para quem desconhece, a familia Marcó constitui em um dos sobrenomes mais importantes do kartismo espanhol. Genís competiu como piloto durante vários anos na modalidade e era importador de motores chassis enquanto seu pai, Josep, havia criado a estrutura da Genikart e era proprietário de um dos mais importantes circuitos do país, o L’Escala (Girona), onde residia a família. Em 1992 recebeu em sua equipe um garoto de onze anos de idade cuja carreira estava prestes a encerrar por falta de verbas que fizessem frente aos custos da Cadete, mas do qual falavam maravilhas os especialistas que já o tinham visto nas pistas. Aceitou fornecer equipamento e auxiliar o desenvolvimento da carreira desse jovem que, curiosamente, aos 14 anos, no dia 14 de julho de 1994 e com numero 14 na gravata de seu kart, sagrou-se Campeão Mundial de Kart, pela categoria Junior. Seu nome: Fernando Alonso!

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A galerinha do RACC
Foto:Divulgação
A categoria Cadete é a única em disputa no Open RACC, já que o certame tem a finalidade especifica de formar em suas disputas o desenvolvimento de carreira de vinte pilotos pré-escolhidos e coadjuvá-los em direção a uma carreira no mundo da velocidade. Com baixo custo de participação (290 euros por corrida, incluindo kart, pneus, combustível, inscrição e assistência) o progresso dos jovens pilotos é acompanhado por um jurado que analisa todos os aspectos que contribuem para a formação de um piloto profissional e não apenas os resultados obtidos nas corridas. Antes e depois de cada rodada os participantes recebem palestras e orientações de pilotos que tiveram passagem destacada no kartismo e que atualmente disputam provas internacionais nas categorias de fórmulas. Nesta segunda etapa do Open RACC os pilotos Miguel Molina – World Series – e Jaime Alguersuari – F3 Britânica – forma os encarregados do aconselhamento aos vinte participantes, comentando os aspectos mais importantes e corrigindo as falhas naturais.

A categoria é monomarca, com todos os bólidos fornecidos em sistema de sorteio a cada três etapas pela GeniKart - FA Kart modelo Rocky Es, equipados com motor Parilla Puma Júnior, de 64cc, refrigerado a ar e carburação Tillotson HL –, mas a assistência de pista fica por conta da Monlau Competición, empresa dirigida pelo ex-campeão mundial da categoria 125cc Emilio Alzamora.

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Largada em Sils
Foto:Divulgação
Cada etapa é disputada em sistema de rodada dupla e no Circuito Sils quem se deu bem na tomada de tempos classificatórios foi o catalão Bosco del Moral Alonso, cravando a pole position com a marca de 1m3s550. Mick Betsch (Schumacher) ficou com a 5ª posição da grelha, a 1s041 de Alonso.

Mas foi o piloto madrilenho Ignazio de Palácio Zabala que venceu a primeira bateria, sendo secundado no pódio pelo piloto de Barcelona, Bosco del Moral Alonso e por Severiano García, de Las Palmas de Gran Canária, na 3ª posição. O rebento do hepta-campeão mundial de F1 pagou o preço do noviciado e cruzou a bandeira a quadros na 10ª colocação, a 53s876 do vencedor.

 Na segunda bateria De Palácio voltou a vencer, com Diego Ruiloba, de Pravia, Astúrias, na 2ª posição e o catalão Bosco del Mora na 3ª colocação. Mick Betsch progrediu nessa prova, que completou na 8ª posição. Ainda restam três etapas do Open RACC para que Mick Schumacher se recupere no certame e demonstre que está realmente inoculado com o vírus da velocidade. A próxima está marcada para o circuito d’Osona no dia 25/05 e com a esperança generalizada que “babbo” Schumacher compareça pessoalmente para ver como é dura a vida de pai de piloto...

O vírus da velocidade é realmente transmitido geneticamente:

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Aberto Ascari
Foto:F1.com
O primeiro membro desse seleto clube dos “geneticamente beneficiados” foi Alberto Ascari, Campeão Mundial de F1 em 1952 e 1953, filho do “bota” Antonio Ascari que venceu várias provas de Grand Prix, a categoria máxima do automobilismo mundial antes da criação da F1. Nos anos 70 um dos bons pilotos da F1 era o alemão Hans Stuck, filho de outro campeão alemão do automobilismo que competira nos Grand Prix que antecederam a II Guerra Mundial pela então poderosa Auto Union e, já na década de 50, na F1 pela equipe britânica BRM.

Campeão norte-americano de kart, vencedor em todas as categorias de acesso que disputou e reconhecido por suas performances na F. Indy, Michael Andretti, filho do Campeão Mundial de F1 de 1978 Mario Andretti, foi piloto da McLaren F1 em 1993, em um ano que a equipe não estava forte e tinha que dividir as atenções com Ayrton Senna. Seu insucesso na F1 gerou a idéia que os pilotos dos ovais norte-americanos não tinham o mesmo nível de qualidade daqueles formados no automobilismo da Europa, mas essa errônea imagem modificou-se totalmente em 1996, quando o canadense Jacques Villeneuve – vindo diretamente da F. Indy - conquistou o título de Campeão Mundial de F1, titulo que seu pai Gilles Villeneuve não conseguira até o trágico acidente que o vitimou, nos treinos para o GP da Bélgica de 1982.

No ano seguinte a escrita se repetiu, com Damon Hill, outro “geneticamente acelerado”, já que filho do Bi-Campeão Mundial Graham Hill (1962 e 1968), faturou o titulo de campeão na categoria máxima da velocidade, após dois vice-campeonatos consecutivos.

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Greg, Nigel e Leo Mansell
Foto:F-BMW
Nos dias atuais Niko Rosberg, filho do campeão da F1 em 1982 Keke Rosberg e Nelsinho Piquet, filho do Tri-Campeão Mundial (1981/1983/1987) Nelson Piquet, são jovens promessas acelerando forte na F1 em busca de vitórias e títulos e com possibilidade de reeditar entre si duelos fantásticos como os travados entre seus pais. Mas não para por aí, nas próximas temporadas provavelmente teremos chance de acompanhá-los em disputas de freadas e curvas com Bruno Senna – sobrinho de Ayrton Senna –, Marco Andretti – filho de Michael e neto de Mario Andretti -, Freddie Hunt – filho de James Hunt, Campeão Mundial em 1977 -, Adrian Tambay – filho de Patrick Tambay - e os irmãos Greg e Leo Mansell, filhos de Nigel Mansell, todos com sólidas carreiras em ascensão, ou ainda com Nicholas Prost – filho de Alain Prost -, Mathias Lauda – filho de Niki Lauda, campeão em 1975/ 1977/ 1984 - e Christian Jones - filho do campeão de 1980, Alan Jones -, que podem dar a volta por cima em suas carreiras.

 

Confira o resultado da 2ª etapa do Open R.A.C.C.:

1ª Prova:

  1. 1.- Ignacio de Palacio Zabala, com 12m52s053
  2. 2.- Bosco del Moral Alonso, +0.306
  3. 3.- Severiano Garcia Rosales, +0.422
  4. 4.- Diego Ruiloba Alvarez, +23.751
  5. 5.- Alex Luna Carrera, +23.880
  6. 6.- Lluc Ibañez Trullols, +24.185
  7. 7.- Enrique Perez Povo, +24.330
  8. 8.- Alain Zaragoza Rodriguez+31.110
  9. 9.- Miguel Duran Dominguez, +36.599
  10. 10.- Mick Betsch, +53.876
  11. 11.- Oriol Rubi Masjuan, +54.412
  12. 12.- Kiko Samper Ribas, +57.107
  13. 13.- Sara Elizondo Santana, +59.833
  14. 14.- Jesus Ropero Benito, 1 Volta
  15. 15.- Daniela Ballesteros, +25.761
  16. 16.- Raul Otero Casado, 2 voltas
  17. 17.- Andres Garcia Rodriguez, +43.402
  18. 18.- Manel Sibils Ruiz, 6 Voltes

Não classificado (50% = 6 Voltes):

Oriol Gonzalez Adell, a 7 voltas

Jose Angel Lares Calaboig, a 11 voltas

2ª Prova:

  1. 1.- Ignacio De Palacio Zabala, com 12 voltas em 12m46s684
  2. 2.- Diego Ruiloba Alvarez, a 9s770
  3. 3.- Bosco Del Moral Alonso, a 10s850
  4. 4.- Severiano Garcia Rosales, a 12s827
  5. 5.- Kiko Samper Ribas, a 27s183
  6. 6.- Alex Luna Carrera, a 27s242
  7. 7.- Lluc Ibañez Trullols, a 27s434
  8. 8.- Mick Betsch, a 28s488
  9. 9.- Enrique Perez Povo, a 29s179
  10. 10.- Sara Elizondo Santana, a 31s561
  11. 11.- Alain Zaragoza Rodrigyez, a 49s914
  12. 12.- Manel Sibils Ruiz, a 1m05s611
  13. 13.- Oriol Rubi Masjuan, a 1m05s797
  14. 14.- Miguel Duran Dominguez, 1 Volta
  15. 15.- Daniela Ballesteros, a 14s291
  16. 16.- Jose Angel Lares Calaboig, 2 voltas
  17. 17.- Oriol Gonzalez Adell, a 25s628
  18. 18.- Andres Garcia Rodriguez, a 26s305
  19. 19.- Raul Otero Casado, a 4 voltas
  20. Não classificado (50% = 6 voltas)
  21. Jesus Ropero Benito, a 8 voltas
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Fernando Alonso no kart
Foto:Arquivo

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Genís Marcó
Foto:Arquivo
Última atualização ( Ter, 22 de Abril de 2008 05:03 )