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Editorial - Quando o seis vira meia dúzia

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Completando a chapa eletiva, o brasiliense Dione Rodrigues de Souza, o paraense Antonio dos Santos Neto e o paranaense Valmor Weiss foram eleitos vice-presidentes, enquanto os cariocas Aylton Quintiliano Jr e Eduardo José Leal de Faria Neves, bem como o goiano Edison Rodrigues Campos assumirão como membros efetivos do Conselho Fiscal. Como suplentes do Conselho Fiscal estarão o paraibano Romulo Rhemo Palitot Braga, e o também cariocas Affonso Henriques Moniz Barreto de Aragão Daquer e Gil Marcus Cosenza da Silva.

Encerrados os ecos dos aplausos da claque que torcia pela mudança “radical”, bem como já lavada, passada e engomada a camisa amarrotada com os eternos tapinhas nas costas de parabenização, é chegada a hora de vermos aos menos os contornos do que realizará no futuro próximo a chapa “Por uma CBA de verdade” encabeçada por Pinteiro.

Um dos fortes motes da campanha eleitoral de Pinteiro era a completa reestruturação da CNK- Comissão Nacional de Kart - que vinha sob o comando do mineiro Pedro Sereno de Mattos a quase vinte anos - e a promessa solene de redução drástica do numero de certames nacionais (promovidos pela CNK), que, segundo a “grita” geral das Federações e clubes filiados, a exagerada quantidade de certames “chapa branca” era a responsável direta pelos grids “minguados” nos campeonatos regionais.

Como esperado, de imediato surgiu a noticia de quem substituiria Pedro Sereno à frente da Comissão Nacional de Kart e a “surpresa” foi a instituição de uma “troika”, ou, se preferirem, o Primeiro Triunvirato do kartismo verde-amarelo, já que tal posto não será ocupado por uma única pessoa, mas por três: Rubens Gatti, presidente da Federação Paranaense de Automobilismo, Felipe Giaffone, presidente do Clube Granja Viana – e um dos donos do kartódromo do mesmo nome – e piloto da Formula Truck e, ainda, Binho Carcasci, organizador da Seletiva de Kart Petrobrás.

Em que pese a extrema e reconhecida competência dos membros do novo triunvirato, Pedro Sereno de Mattos deve estar neste momento extremamente envaidecido, já que para realizar o trabalho que competentemente realizava sozinho, foram destacados três nomes “de peso” no mundo da velocidade, o que não deixa de ser um atestado de competência firmado pela nova gestão dos automobilismo nacional.

 

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O Primeiro Triumvirato Romao - Imagem: Planet Kart
Foto:

Para quem tem dificuldade de associação histórica, triunvirato ou troika é uma associação política entre três homens em pé de igualdade. A palavra triunvirato originou-se a partir de dois radicais do latim: trium (três) e vir (homem) e troika (em russo ??????) é a palavra que designa um comitê de três membros. Mas também convém recordar que ao longo da história ocorreram vários triunviratos, todos eles de pouca duração. O primeiro deles ocorreu ente 59 a.C. – 53 a.C., quando Gaius Julius Caesar (Julio Cesar), Cnaeus Pompeius Magnus (Pompeu, o Grande) e Marcus Licinius Crassus comandaram os destinos de Roma.

 

Pois bem, no dia seguinte à nomeação Rubens Gatti declarou em entrevista ao site Kart Gaúcho (www.kartgaucho.com.br) que nada, ou pouco, deve mudar:

 

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E o TriumviKart - Imagem: Planet Kart
Foto:
“Em princípio tudo está mantido, pois sabemos que muitas equipes e pilotos já estão se organizando baseados no calendário já divulgado, disse Rubens Gatti.

Outra notícia que apuramos com Gatti aponta para a criação de um degrau intermediário entre a Cadete e a Júnior Menor, o que já estava nos planos de Pedro Sereno, atual presidente da CNK. “O salto de uma categoria para a outra é muito grande, tanto em termos de custos, quanto no desempenho do equipamento. Então deveremos criar algo intermediário ainda este ano, mas que será lançado gradativamente, em provas menores, para efeito de teste”, explicou.

Ainda segundo Gatti, haverá algumas mudanças no kartismo brasileiro, que serão discutidas e implantadas aos poucos, de forma gradativa e nada drástica. “Os regulamentos já estão disponíveis desde o final de 2008 e muitos já trabalham baseados neles. Por isso não há porque efetuar mudanças neste momento. O que mudar em termos gerais e não só tecnicamente, será anunciado a partir do momento em que tomarmos posse”.

À esse efetivo “balde de água fria” na galera que aguardava oniricamente alterações radicais, deve se somar o fato de que Clayton Pinteiro ainda é vice-presidente da atual gestão da CBA e presidente da Federação Pernambucana de Automobilismo. Como vice-presidente da entidade maior teve ao longo dos últimos oito anos meios (e obrigação) de promover mudanças, ao menos em sua “base” (o estado de Pernambuco), que não conta sequer com um kartodromo homologado e o único

autódromo existente (Caruaru) não é palco de um certame regional.

Será que por lá faltam pilotos?

Dione Rodrigues de Souza, um dos novéis vice-presidentes, também faz parte dos quadros da CBA, contado com um escritório da entidade em Brasília à sua disposição para relações com o Governo Federal, mas nada de notável para a modalidade surgiu dessa “embaixada” no Planalto Central. Outro dos vice-presidentes recém aclamado é Antônio dos Santos Neto, o atual presidente da Federação Paraense de Automobilismo, que não tem feito, até o momento, lá grandes contribuições para o desenvolvimento do desporto em sua área de atuação e Walmor Weiss é vice-presidente da Federação Paranaense de Automobilismo, esta sim uma das mais ativas do país.

Desses contorno inicial do que pode vir a ser a gestão da chapa “Por Uma CBA de Verdade” a impressão que fica é que se trocou o seis, pelo meia dúzia. Claro, existe sempre o que se chama em Direito de “benefício da duvida” e ainda é muito cedo para se traçar juízo de valores – mesmo porque o exercício dos cargos só começa em 16 de março, data da posse do novo presidente -, mas o que para muitos era uma grande expectativa parece estar transmutando em mera torcida...

Última atualização ( Dom, 16 de Maio de 2010 13:55 )