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Campeonato Paulista - Com o livrinho nas mãos

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Com o livro nas mãos
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Parece que o empoeirado livrinho de regras acabou sendo encontrado pelos Comissários Desportivos da FASP- Federação de Automobilismo de São Paulo e conceitos básicos de desportividade começaram a ser aplicados nas provas de kart do altiplano paulista. Existe luz no fim do túnel!

Com destaque para a atuação dos Comissários Desportivos da FASP- Federação de Automobilismo de São Paulo, a segunda etapa do Campeonato Paulista de Kart teve vez neste sábado (21/03) no Kartódromo Ayrton Senna – Interlagos, com disputas emocionantes e polemicas criadas pela correta aplicação das regras desportivas.

Após a corretíssima adoção por parte da CNK- Comissão Nacional de Kart dos motores Honda de quatro tempos para a categoria Cadete, em substituição aos caros e problemáticos motores WTP de dois tempos, houve uma verdadeira “democratização do esporte” e os minguadíssimos grids da classe que era a porta de entrada para o mundo da velocidade, transmutaram-se em vistosas grelhas repletas de cores e sonhos de uma carreira promissora.

A preocupação geral com a falta de renovação de talentos no esporte, como em um toque de mágica, repentinamente extinguiu-se e o sucesso imediato foi tamanho que permitiu à entidade máxima do desporto tupiniquim a criação da categoria Mirim, como desdobramento da Cadete, aumentando ainda mais o equilíbrio isonômico de desportividade, eis que ao se restringir ainda mais as diferenças de idade (e experiência) o ganho de equilíbrio desportivo fez com que ambas classes se tornassem “afinadas”, como que por um mágico diapasão das vibrações do tempo.

Claro, nem tudo é somente virtudes e com o passar do tempo foram surgindo alguns desagradáveis efeitos colaterais por fruto desse extremo equilíbrio e competitividade. Preocupada em aumentar a segurança dos pilotos, a CIK/ FIA – Comissão Internacional de Kart da Federação Internacional de Automobilismo -, entidade que rege mundialmente as regras do esporte motorizado, resolveu adotar um novo tipo de para-choques nos micromonopostos. Uma peça integral produzida em material plástico que passou a evitar o contato direto das rodas traseiras dos karts, com as rodas dianteiras dos karts concorrentes e, assim, reduzir sensivelmente os riscos de capotagens.

Sob aplauso geral o novo componente foi imediatamente adotado nas competições de kart ao redor deste planetinha azul, mas a européia CIK/FIA desconhecia por completo uma das “vantagens” de ser brasileiro: O incomensurável poder brasileiríssimo de exercitar a imaginação e a “mania” incontida de valer-se da Lei de Gerson, a qual reza em seu único artigo que tem-se de levar vantagem em tudo!

Rapidamente percebeu-se que o “tal” para-choques CIK/FIA ia além de sua função prescípua de restringir os riscos de acidentes. Com a certeza de que nenhum piloto ia ser “cover” do Super-Homem no bordão “Para o alto e avante”, preparadores “expertos” e inconseqüentes pais idem passaram a (des)orientar os petizes em uma nova técnica de ultrapassagem, extremamente mais fácil e vantajosa, já que ao invés de demonstrar maior habilidade nas freadas e contornos de curvas para se conquistar posições através de ultrapassagens, simplesmente, o piloto daria um providencial toque no kart dianteiro no momento em que este estivesse em seu limite máximo de aderência no ingresso das variantes.

Uau!!!

Quanto maior a velocidade, maior a distancia que o coitado que seguia à frente ia parar...

Inicialmente os Comissários Desportivos passaram a não acreditar que esse novo “Sistema Nelson Rodrigues de Ultrapassagem” fosse proposital e levavam à conta de erros naturais no momento da frenagem, entendendo ser fruto do “calor” das extremadas disputas da categoria-escola. Afinal eram apenas meninos e meninas de tenra idade e, portanto, ainda sem as malicias da “malandragem adquirida”.

O bate-bate instalou-se. E, com o passar do tempo, adquiriu contornos de nova instituição nacional. Em detrimento da maior habilidade, da maior expertise na pilotagem, passou a ter chances reais de vencer qualquer “Mané” que fosse bom de porrada!

Já que inexistia punição para o novel sistema de ultrapassagem, a notória inteligência imaginativa brasileira “refinou” a técnica, criando novo sub-produto do bate-bate instituído. Disfarçado de jogo de vácuo, foi lançada a técnica do “empurra-empurra”, em qual dois karts (previamente combinados e meticulosamente “ensaiados”) deixam de participar dos combates diretos por posições e um passam a, literalmente, empurrar o outro pelas retas e curvas dos circuitos, abrindo vantagem dos “bobões” que cismam em apenas pilotar dentro do espírito do Barão de Coubertin.

Trocou-se a expertise pela esperteza. A pilotagem pela pilantragem. Mas o resultado foi profícuo na colheita de vitórias e títulos...

Após acalorados debates jurídicos nas barras dos tribunais desportivos, decorrentes das questio juris advindas da desclassificação na 500 Milhas de Kart Granja Viana do kart da equipe de importantes pilotos internacionais, “fi-nal-men-te” o Departamento de Kart da FASP- Federação de Automobilismo de São Paulo “inseriu a ficha” e resolveu determinar o cumprimento das regras desportivas, para coibir as praticas de bate-bate e de seu filhote, o empurra-empurra, com a corretíssima aplicação das regras desportivas.

Dessa forma, no Campeonato Ituano de Kart, na Copa São Paulo de Kart Granja Viana e, agora, também no Campeonato Paulista de Kart, a conduta dos concorrentes passou a ser aquilatada com um critério mais severo e em conformidade com as regras desportivas. Resta ainda descobrirmos se na Copa São Paulo Light de Kart esses critérios serão os mesmos, ou se de forma “misteriosa” permanecerão correndo frouxo por lá. Mas que a nova ótica é digna de nota e cerrados aplausos, é a pura verdade. Deve ser incentivada, aplaudida de pé e disseminada pelo resto do país em toda e qualquer manifestação oficial, ou amadora, da modalidade. Kartismo não é esporte de contato e sim de habilidade, de demonstração de talento, arrojo e velocidade. Quem achar de contrário que vá para o jiu-jitsu, o judô, boxe e outras artes marciais de contato, que se prestam mais a esse tipo de entendimento.

Nunca é demais recordar que automobilismo é esporte de risco e formar uma geração toda “driblando” as regras básicas de segurança, é apostar na certeza de que em algum momento à frente vamos prantear a irreparável perda de algum desses jovens talentos que agora andam a 80 por hora, mas em algum momento podem estar acelerando a mais de trezentos pelas pistas do planeta.

Claro, podem surgir interpretações errôneas, ou eventuais injustiças na aplicação das regras, mas é exatamente para isso que foram criados os tribunais desportivos. Cristalinamente as frustrações decorrentes das penalizações desportivas são infinitamente menos dolorosas que as recuperações nas camas de hospitais.

São Pedro entrou na festa

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Yani Fontana - Mirim
Foto:Claudio Reis
Alternativa é o que não faltou na prova reservada à categoria Mirim nesta segunda etapa do Campeonato Paulista de Kart. O dia amanheceu cinzento, sem a presença do astro-rei que abrilhanta as performances dos participantes no mais importante certame regional do Brasil, mas o tempo estava firme e a pista completamente seca.

Na tomada de tempos classificatórios, Luis Roldan surpreendeu, cravando a marca de 57s548 em sua melhor passagem, garantindo o direito de largar na pole position na corrida da categoria reservada aos mini-pilotos com idade entre seis e oito anos.

Autorizada a largada, Yanni Fontana assumiu a ponta, seguido de perto por João Pedro Custódio, Roldan e Gregory Diegues. Igor Melo procurava entrar nessa briga, mas ao final da reta de largada “enroscou-se” com Nathan William, complicando o desenvolvimento de prova de Raikkönen Sakzenian, que teve de sair pela grama, para não entrar no “enrosco”. Pelo lado externo da pista Diegues teve problemas, perdendo varias posições e contornando a Curva da Esplanada já atrás de Melo e William, na quinta posição, pressionado por Raikkönen.

Ao final da primeira passagem a ordem na pista era Yanni Fontana na dianteira, Custódio “colado”, Roldan um pouco mais atrás, mas já separado de Igor Melo, Nathan William e Gregory Diegues, que seguiam, respectivamente, nas 4ª, 5ª e 6ª posições. Mais afastado vinha Victor Uchoa, ocupando a 7ª colocação, também destacado de Raikkönen Sakzenian, que tivera problemas e ocupava a momentânea “lanterninha” da corrida.

Mas “São Pedro” resolveu dar um molho especial nessa corrida e “liberou” uma fina chuva que foi tornando extremamente escorregadio o asfalto emborrachado de Interlagos. No “Esse” que sucede a Curva da Esplanada Nathan William acertou a traseira do bólido de Gregory Diegues, que, por sua vez, tentava atacar Igor Melo. Com o toque involuntário, Diegues saiu da pista e, na tentativa de voltar rapidamente, acabou encaixando seu chassis na zebra externa da pista, perdendo o contato das rodas com o solo. Gregory conseguiu voltar à disputa, mas já longe do pelotão e sem condições de lutar pelas primeiras posições.

Livre do assédio de Diegues, Igor Melo pode esbanjar habilidade na pista escorregadia e em menos de uma volta já ultrapassara Roldan e colava em Custódio na luta pela segunda colocação. Na volta seguinte Melo conquistou a posição, em belíssima ultrapassagem por fora na curva de raio longo que antecede a curva da reta de chegada. Um verdadeiro show de habilidade que nas mesma passagem rendeu-lhe a liderança da corrida, agora com João Pedro Custódio em segundo e Yanni Fontana em terceiro.

Raikkönen Sakzenian também esbanjava talento e velocidade. De ultimo na pista e muito afastado do penúltimo, em menos de duas voltas na pista molhada com pneus “slick”, já atacava (e ultrapassava) Yanni Fontana, para ocupar o terceiro posto na corrida.

Duas voltas depois o ritmo avassalador de Raikkönen determinava a conquista da vice-liderança da prova e o inicio da perseguição ao líder Igor Melo. Duas voltas à mais e a diferença entre os lideres inexistia, com Raikkönen pressionando fortemente o “rookie” Igor Melo.

A chuva havia parado e ao final da reta dos boxes, Raikkönen conseguiu superar Igor Melo, que não se deu por vencido e partiu para o contra-ataque. Com o surgimento de um trilho seco na pista, Fontana recuperou a terceira posição de Custódio e partiu para descontar a diferença para a dupla de lideres, que perdia tempo com o forte embate pela vitória.

Com a nova condição de pista, Luis Roldan também superou João Pedro Custódio, que passou a ter na cola Victor Uchoa, ocupando a sexta posição. Mais atrás Nathan William dava trabalho para Gregory Diegues, que queria espaço livre para tentar encostar no quarteto adiante. Raikkönen seguia firme na dianteira, com Igor Melo pressionando o tempo todo, mas com boa vantagem para Fontana, que tentava reduzir a distancia, já destacado de Custódio e Uchoa.

Na penúltima passagem Igor Melo conseguiu recuperar a liderança, mas o embate custou a aproximação definitiva de Yanni Fontana, que já entrou na reta da Torre de Cronometragem buscando passar os lideres de uma vez só. A luta pela vitória no ocaso da corrida recrudesceu naturalmente, com Fontana se dando melhor nessa volta final e cruzando a linha de chegada na primeira colocação. Raikkönen ficou com a segunda colocação e Igor Melo com o terceiro posto final.

Pena que não pode haver empate!!!

Bate-bate, empurra-empurra e polemica nas penalizações

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João Manuel - Cadete
Foto:Claudio Reis
Para quem está habituado a acompanhar nos últimos dois anos as corridas da categoria Cadete, a prova foi “normal”... Batidas, karts rodando pela pista e gramado, bicos e laterais recheados de marcas de combate e o “tradicional” jogo de equipe, com companheiros se empurrando pelo circuito para disputarem quase no “par-ou-impar” na volta final, que ficaria com a vitória.

A pole position foi de Victor Baptista, que não conseguiu manter a dianteira na largada, superado pelo companheiro de equipe Zaya Fontana e “apertado” pelo outro membro do time, João Manuel, acabou perdendo muitas posições ainda na volta inicial, o que acabou complicando seu desenvolvimento de corrida. Vinicius Paparelli também largou bem e já disputava a liderança da prova ao final da reta de largada, mas recebeu um toque “normal de corrida” de Sergio Sette Câmara na tangência da segunda perna da Curva da Esplanada e também acabou rodando e ficando para o final do pelotão. Leonnardo Raucci, apesar de fazer uma ótima largada, também acabou “espremido” na disputa de posições, por seu irmão Giuliano Raucci e Matheus Olivério e perdendo postos na corrida.

Ao final da primeira volta a ordem do “trenzinho” da Cadete era Zaya Fontana na liderança, com João Manuel na segunda posição, Yurik Carvalho em terceiro, Gabriel Sereia em quarto, Vinicius Balbuena em quinto, Giuliano Raucci em sexto, João Felipe Marques em sétimo e Leonnardo Raucci conseguindo recuperar varias posições, para fechar a primeira passagem na oitava colocação.

Na volta seguinte a ponta da corrida já era de João Manuel, com Zaya em segundo e o restante dos seis primeiros mantendo as posições. Vitor Olivério conseguiu superar Leonnardo Raucci, que com Sergio Câmara na bota deu inicio a um belo combate pela posição.

Mais uma volta e Fontana era novamente o líder, agora com Yurik em segundo, Sereia em terceiro e Manuel ocupando o quarto posto. Giuliano Raucci se via à voltas com João Felipe Marques na luta pela sexta posição, já com Victor Baptista se recuperando dos problemas na largada e entrando na briga por uma posição no pódio.

A alternância na dianteira era constante e, na volta subseqüente, era vez de Gabriel Sereia ser o ponteiro da corrida, com Balbuena em segundo, Yurik em terceiro, João Manuel em quarto, Fontana em quinto e Baptista fechando o sexteto que momentaneamente ocuparia o pódio. Giuliano Raucci e João Felipe Marques vinham na seqüência e queriam manter-se na batalha pelas posições com direito a levar para casa um troféu.

Algumas voltas depois Yurik Carvalho assumia a vice-liderança da corrida, atacando incessantemente o líder Gabriel Sereia, com João Manuel em terceiro, Baptista em quarto, Fontana em quinto, mas com Giuliano Raucci e Vinicius Balbuena atacando incessantemente Fontana na luta pelo top five. Sereia e Carvalho se empurravam para tentar abrir vantagem do restante do pelotão, mas Baptista (agora 3º) e João Manuel também eram “eficientes” nesse procedimento e no mesmo empurra-empurra foram reduzindo a distancia para os lideres.

Primeiro Vinicius Balbuena, depois o “Dollynho” Giuliano Raucci, conseguiram superar Zaya Fontana e estabelecer-se entre os seis primeiros da corrida, mas Fontana não se dava por vencido e atacava Giuliano, que acabou cedendo a posição após mais um “toque normal de corrida”. Sergio Câmara e Matheus Olivério vinham logo após Giuliano Raucci, um pouco adiante do melhor combate naquele momento, o travado entre João Felipe Marques, Vitor Olivério e Leonnardo Raucci, pela décima posição.

Logo após, Zaya Fontana ultrapassou Balbuena, que também perdeu a posição para Giuliano Raucci ao “espalhar” demais na curva de raio longo que antecede a reta de chegada. Três grupos estavam praticamente definidos na pista naquele momento. Sereia e Carvalho nas duas primeiras posições, Baptista e Manuel mais atrás e Fontana, Giuliano, Balbuena e Câmara um pouco mais atrás.

Com esse quadro estabilizado Yurik resolveu buscar a dianteira da corrida, mas ao passar pela Torre de Cronometragem recebeu bandeira de advertência, segundo os Comissários Desportivos, em razão dos repetidos toques que dava na traseira do kart de Sereia que faziam com que a cabeça do líder da corrida fosse jogada para trás em vários pontos da pista. Giuliano Raucci voltou a ultrapassar Zaya Fontana e amos abriram significativa vantagem para Vinicius Balbuena, com a prova já chegando em seu ocaso.

Mas o “pau corria solto” e o habitual bate-bate parecia não ter fim... Guilherme Baldin e Victor Fonseca “se estranhavam” e ambos eram premiados com a bandeira de advertência. Mauro Auricchio – que na largada havia sido mandando para “conversar” com o “Alam(brado)”, também já vislumbrara a bandeira branca com uma tarja negra, o mesmo acontecendo com João Manuel, em razão do empurra-empurra “descarado”.

Na “delicadeza”, Zaya Fontana retomou a posição de Giuliano, permitindo a aproximação de Balbuena e Sergio Câmara, enquanto Leonnardo Raucci conseguia suplantar Vitor Olivério, para ficar adiante do pelotão também formado por Vinicius Paparelli, Mauro Auricchio e Rafael Osório Neto.

A duas voltas para o final a batalha acalorada entre Sereia e Carvalho acabou permitindo a aproximação da dupla Victor Baptista e João Manuel, que, esperto, não perdeu a chance em mais um “enfight” dos lideres e levou a vitória da corrida. Gabriel Sereia cruzou a bandeira a quadros na segunda posição, com Yurik Carvalho em terceiro e Victor Baptista na quarta posição.

Sergio Sette Câmara e Vinicius Balbuena também acabaram beneficiados pelo combate “acalorado” entre Zaya Fontana e Giuliano Raucci, completando nas 5ª e sexta colocação. Raucci superou, mais uma vez, Fontana e cruzou a linha final na 7ª colocação. Todavia, ao chegar no Parque Fechado, Yurik Carvalho foi cientificado pelos Comissários Desportivos que estava desclassificado da prova, em razão de atitude antidesportiva, o mesmo acontecendo com Pedro Fonseca, que chegou a descer do kart e chutar o kart de Baldin, após um “enrosco” que paralisou os bólidos em plena reta de chegada.

Não se discute aqui o mérito das penalizações efetivadas na prova da Cadete nesta segunda etapa do Campeonato Paulista de Kart. Não se discute se foram acertadas, ou foram errôneas em seu entendimento, mas que se fazia mais que hora de serem rigorosamente tomadas, não resta a menor sombra de duvidas.

O Valhala de Olin

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Olin Galli - Junior Menor
Foto:Claudio Reis
Na mitologia nórdica, Odin era o maior dos deuses vikings. Governante de Asgard e senhor de todas as magias, Odin era também o deus da sabedoria e proeminente no panteão – templo de todos os deuses - devido ao seu gosto pela batalha.

Quase “xará” do senhor de Asgard, o carioca Olin Galli tem momentos em que parece dominar a magia da velocidade e, sem sobra de duvidas, é reconhecido por seu feroz gosto pelas batalhas, das quais nunca desiste.

Ao menos no ultimo sábado, Interlagos tornou-se o Asgard de Olin, que reinou absoluto na categoria Junior Menor, cravando a pole position, melhor volta de prova e levando em sua bagagem o troféu de vencedor de mais uma emocionante batalha.

Gustavo Myasava ficou com a segunda colocação, separado 6s184 de Galli, mas mais de quatro adiante de Cayan Chianca, que venceu o duro duelo com Lukas Moraes pela terceira colocação, que também acabou perdendo a quarta posição para Pietro Rimbano. Gabriel Robe fechou o sexteto do pódio, após levar a melhor na forte disputa pela posição, que envolveu Leo Gimenes, Matheus Chequer e Thiago Vivacqua.

A vez do vermelho alface

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Johilton Filho - Junior
Foto:Claudio Reis
Na temporada de 2005 um pequeno kartista da categoria Cadete deixou a cidade de Natal (RN) para disputar em Campo Grande (MS) seu primeiro Campeonato Brasileiro de Kart. Como “paitrocinador” padrão, seu genitor parou de caminho em uma cidade e para deixar o bólido de seu rebento o mais chique possível. Entrou em um estabelecimento comercial que girava no ramo de comunicação visual, mostrou as carenagens do “torpedo” do menino e encomendou a adesivagem das peças, com as marcas dos patrocinadores que havia amealhado.

O esmerado profissional que o atendeu perguntou como gostaria que fosse a arte, recebendo como resposta que deixava ao critério do responsável pela criação artística, mas, obrigatoriamente, a cor predominante teria de ser a vermelha, como o macacão do piloto e como a Ferrari do ídolo Michael Schumacher.

No prazo estipulado, já bem em cima da hora para seguir viagem para Campo Grande, o orgulhoso “paitrocinador” foi retirar as carenagens adesivadas, já sonhando com um provável “cavalino rampante” estampado em um fundo vermelho Ferrari, ladeado pelas marcas e dísticos dos patrocinadores combinados. Com largo sorriso no rosto entrou na loja, educadamente cumprimentou os presentes e por cortesia perguntou se estava pronta a encomenda. O comerciante conformou, de trás do balcão, que estava tudo pronto e era “só aguardar um minutinho” que ia buscar as carenagens do futuro campeão.

Enquanto aguardava, o “paitrocinador” divagava, já vislumbrando seu garoto recebendo a bandeirada final como vencedor e, claro, Campeão Brasileiro, com as arquibancadas lotadas de gente maravilhada com a verdadeira bola de fogo, que era o kart de seu filho. Com presteza o comerciante voltou trazendo cuidadosamente nos braços as carenagens adesivadas. Colocou-as sobre o balcão, apontou cada um dos detalhes da arte produzida, o cuidado em não deixar faltar os logos dos patrocinadores e culminou com a indefectível pergunta: “Ficou bom, doutor?”

Com um ar “blasé” o “paitrocinador” olhou atentamente cada uma das peças, cada um dos detalhes e sentenciou: “É... Ficou muito bonita e, aliás, adorei esse tom de vermelho que o senhor utilizou. É muito bonito esse tom de vermelho-alface”.

E lá se foi o pequeno potiguar disputar seu primeiro Campeonato Brasileiro de Kart com macacão, luvas, sapatilhas e até cuecas vermelhas, à bordo de um reluzente kart verde!

Três anos se passaram e o garoto cresceu, conquistou o título de Campeão Brasileiro, a paixão pelo vermelho não diminuiu, mas seu kart acabou incorporando, definitivamente, as cores de seu destino. Neste sábado, o potiguar Johilton Filho fez a pole, melhor volta e venceu a corrida da categoria Junior em seu bólido verde e vermelho, como manda o figurino.

Verde e vermelho?

Não! Na verdade dois tons de vermelho: Um vermelho fogo central, circundado pelo vermelho-alface que o daltonismo do adesivador de seu primeiro kart deixou como herança de uma história divertida.

Jean Aguiar, vencedor da etapa inicial, completou na segunda colocação, com Matheus Rotta em terceiro, Philipe Pinheiro em quarto, Ítalo Leão em quinto e Gabriel Bizarria fechando o sexteto do pódio.

Leite Quente com Pão de Queijo

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Pietro Fantin - Graduados
Foto:Claudio Reis
O sábado foi pródigo em provas que cristalizaram a conquista de “hat tricks”, ou como preferem alguns, em resultados repletos de “barba, cabelo e bigode”.

A prova da categoria Graduados, classe que reúne em prova única os pilotos Graduados A e B não teve um grid expressivo numericamente, mas o que faltou em quantidade, sobrou em qualidade.

O paranaense Pietro Fantin chegou nesta temporada à Graduados B, após um ano com grande destaque na categoria Novatos e na Sprinter B, do Paulista Light. Mas chegou mostrando que vai dar muito trabalho para pilotos com longas carreiras advindas das categorias de base, já que estabeleceu na pratica classificatória matinal a pole position para a prova da Graduados, que liderou de ponta a ponta, com direito à melhor volta da corrida.

Com 100% de aproveitamento, Fantin provou que tem amplas condições de brigar pelo titulo da categoria nesse certame, bem como nos grandes certames nacionais. O mineiro Jean-Claude Paturle ficou com a segunda colocação, com o também paranaense Thiago Ávila completando em terceiro e outro mineiro, Fernando Rezende Fº, o Kid, carregou a lanterninha da prova. Dois paranaenses “Leite Quente” e dois mineiros “Pão de Queijo” fizeram esse veloz “menu” da Graduados.

Confira o resultado completo da segunda etapa do Campeonato Paulista de Kart:

Mirim:

  1. 1.- Yanni Fontana, com 15 voltas em 15m23s014
  2. 2.- Raikkönen Sakzenian, a 0s158
  3. 3.- Igor Melo, a 2s560
  4. 4.- Luis Roldan, a 2s686
  5. 5.- João Pedro Custodio, a 3s688
  6. 6.- Victor Uchoa, a 4s189
  7. 7.- Gregory Diegues, a 17s400
  8. 8.- Nathan William, a 17s472

Pole Position: Luis Roldan, com 57s684

Melhor Volta: Raikkönen Sakzenian, com 58s325

Cadete:

  1. 1.- João Manuel, com 18 voltas em 16m52s993  
  2. 2.- Gabriel Sereia, a 0s227
  3. 3.- Vitor Baptista, a 0s544
  4. 4.- Sergio Câmara, a 9s424
  5. 5.- Vinicius Balbuena, a 10s794
  6. 6.- Giuliano Raucci, a 11s055
  7. 7.- Zaya Fontana, a 11s205
  8. 8.- Matheus Olivério, a 12s214
  9. 9.- Vinicius Paparelli, a 15s308
  10. 10.- Mauro Auricchio, a 15s623
  11. 11.- Leonnardo Raucci, a 17s011
  12. 12.- Vitor Olivério, a 17s326
  13. 13.- Rafael Osório Netto, a 17s603
  14. 14.- Cauê Arias, a 18s681
  15. 15.- João Felipe Marques, a 26s924
  16. 16.- Guilherme Baldin, a 1 volta
  17. 17.- Pedro Victor Fonseca, excluído
  18. 18.- Yurik Carvalho, Desclassificado por atitude antidesportiva

Pole Position: Vitor Baptista, com 54s749

Melhor Volta: Vitor Baptista, com 54s953

Junior Menor:

  1. 1.- Olin Galli, com 24 voltas em 19m25s919        
  2. 2.- Gustavo Myasava, a 6s184
  3. 3.- Cayan Chianca, a 10s983
  4. 4.- Pietro Rimbano, a 11s169
  5. 5.- Lukas Moraes, a 12s006
  6. 6.- Gabriel Robe, a 18s217
  7. 7.- Leonardo Gimenes, a 18s581
  8. 8.- Matheus Chequer, a 18s748
  9. 9.- Thiago Vivacqua, a 19s097
  10. 10.- José Fortunato, a 27s685
  11. 11.- Ariel Varella, a 47s370
  12. 12.- Erik Gasparini, a 1 volta

Pole Position: Olin Galli, com 48s194

Melhor Volta: Olin Gallli, com 48s261

Junior:

  1. 1.- Johilton Pavlak Filho, com 24 voltas em 19m05s165  
  2. 2.- Jean Aguiar, a 2s914
  3. 3.- Matheus Rotta, a 3s395
  4. 4.- Philipe Pinheiro, a 28s957
  5. 5.- Italo Leão, a 42s022
  6. 6.- Gabriel Bizarria, a 51s231

Pole Position: Johilton Filho, com 47s116

Melhor Volta: Johilton Filho, com 47s416

Graduados:

  1. 1.- Pietro Fantin, com 30 voltas em 22m49s049  
  2. 2.- Jean Claude Paturle, a 1s948
  3. 3.- Tiago de Ávila, a 6s013
  4. 4.- Fernando Rezende Filho, a 10s656
  5. Pole Position: Pietro Fantin, com 44s961
  6. Melhor Volta: Pietro Fantin, com 45s313
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Yani Fontana - Mirim
Foto:Claudio Reis
Última atualização ( Ter, 24 de Março de 2009 13:37 )