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Shifter Kart - O Brasileiro “misto - quente”

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Imagem: Planet Kart
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O Campeonato Brasileiro de Kart foi realizado, como de habito, no mês de julho e tendo como praças as cidades de Goiânia e Pinhais (na região metropolitana de Curitiba). Já sob a égide da nova administração da CBA- Confederação Brasileira de Automobilismo e CNK- Comissão Nacional de Kart, as categorias IC Sudam e IC Sudam Junior foram extintas, sob o entendimento de que havia um efetivo bis dessas classes, que já tinham representatividade no certame máximo nacional pelas categorias Junior, Novatos, Graduados B e Graduados A.

 

Em linhas gerais a medida foi aplaudida, já que abria espaço para a introdução de novas classes na grade de programação e assim foi feito, incluindo-se no “Brasileirão” os four stroke de 13hp através das categorias F4 e Super F4. Até aí nada de mais, já que tanto a classe com motores standard sorteados, quando sua “irmã mais forte”, com propulsores preparados fazem parte da realidade nacional, com certames regionais sedimentados e com bom numero de participantes, o que, claro, justifica o direito de se definir um campeão brasileiro das categorias.

De forma politicamente correta também foi inserida na programação a categoria Parakart, classe que permite aos pilotos com deficiências físicas e sensoriais mostrarem suas habilidades e que estão mais do que aptos a inclusão social através de um esporte de altíssimo rendimento.

Porém, mais uma vez, as classes de Shifter Kart foram deixadas de lado, para terem seu certame nacional em evento apartado, o que foi uma pena, pois além de não se permitir aos adeptos dessas categorias a mesma “visibilidade” para mídia e publico – relembre-se que o premio Capacete de Ouro da revista Racing não admitiu em 2008 os resultados do certame nacional “separado” como validos em sua pontuação -.

Com o cancelamento sumário do GP Brasil de Kart, evento em qual se “encaixava” o Campeonato Brasileiro de Shifter Kart e um calendário exíguo de datas livres para a realização do Brasileiro da classe até então composta por duas categorias, a Shifter Kart e Shifter Kart Senior, a única alternativa que restou foi “adaptar” e realizar o desprestigiado Campeonato Brasileiro de Kart em conjunto com a rodada final da Copa São Paulo de Kart Granja Viana, transformando o certame nacional em um verdadeiro “misto-quente”.

Na pratica o “Brasileiro Misto-Quente” vai acontecer neste final de semana (7 e 8/10) no Kartódromo Internacional Granja Viana, mas com riscos verdadeiros e muitas duvidas sobre sua validade jurídica.

Riscos porque, lembremos, a primeira bateria do Campeonato Brasileiro de Shifter Kart será, também, a etapa final do “Play-Off” da Copa São Paulo de Kart Granja Viana em qual todo o trabalho desenvolvido ao longo da temporada por pilotos que investiram muito tempo e “dim-dim” para chegarem em condições de se verem coroados com o titulo de campeão do certame, mas, na pratica, terão de dividir curvas e freadas com quem não tem nada a perder em relação ao certame regional e querem o melhor posicionamento possível, pois a mesmíssima bateria valerá como primeira das três do “brazuca” da classe. Isso vale não apenas para a Shifter Kart, quanto para a classe Senior, a Junior e até para a Sixpeed, que corre em grid conjunto e não terá representatividade no brasileiro de Shifter Kart, mas terão de conviver com o risco de perderem suas chances de titulo por manobras mais “ousadas” de pilotos do Brasileiro.

Well, não vai adiantar a realização de um brieffing “apostólico” salientando esses riscos e pedindo para o “rookies” terem cuidado, pois qualquer “Mané” sabe que piloto assim que abaixa a viseira...

Mas não é só isso. A Copa São Paulo de Kart Granja Viana é um certame regional, sob supervisão da FASP- Federação de Automobilismo de São Paulo e o Campeonato Brasileiro de Kart, por óbvio, é um, certame nacional, sob supervisão da CBA- Confederação Brasileira de Automobilismo. São ambas entidades oficiais, supervisionando certames oficiais, regidas por textos legais em vigor e que, como tudo em Direito, tem de ser estritamente observados para que haja validade.

Para ser reconhecido legalmente, o campeonato regional oficial – no caso Copa São Paulo de Kart Granja Viana – tem, obrigatoriamente, de ser dirigido por Comissários Desportivos e Técnicos indicados pela entidade e que façam parte de seus quadros efetivos. O Diretor de Provas fica ao encargo do clube organizador, que contrata o profissional de seu talante e confiança. Já os certames nacionais, obrigatoriamente sob supervisão da CBA, para sua validade, tem de ser dirigido pelos Comissários Desportivos e Técnicos indicados pela entidade máxima do automobilismo nacional e que, por óbvio, façam parte de seus quadros efetivos. O Diretor de Provas, nas provas nacionais, é obrigatoriamente Diretor de Provas credenciado para tanto e indicado pela CBA.

Partindo dessa premissa, o quadro que se avizinha é de no meio das provas do campeonato regional saírem de cena os uniformizados Comissários Desportivos da FASP para entrarem “em campo” os uniformizados Comissários Desportivos da CBA, que não são os mesmos, posto que até onde se sabe nenhum Comissário Desportivo da FASP faz parte na nova administração dos quadros da CBA. Pois bem, mas ao se trocar a “tripulação” de dirigentes a validade do regional fica questionável, já que nenhum dos Comissários Desportivos da CBA faz parte dos quadros da FASP e, portanto, sem poder legal para conduzirem uma prova regional da FAU.

Um verdadeiro “samba do crioulo doido” que estamos atentos para ver como será equacionado no Campeonato Brasileiro “Misto-Quente” de Shifter Kart e que poderá originar dezenas de ações nos tribunais desportivos.

Confira o regulamento do IV Campeonato Brasileiro de Shifter Kart:

CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMOBILISMO

COMISSÃO NACIONAL DE KART

4º CAMPEONATO BRASILEIRO DE SHIFTER KART – 2009

REGULAMENTO PARTICULAR

ARTIGO 1º - Prova - Será disputado em 03 (três) baterias. A duração das provas, será definido através de adendo.

ARTIGO 2º – Categorias

SHIFTER JUNIOR – Aberta a pilotos de kart com idade de 14 anos completados no ano em curso, até 16 anos completados no ano em curso.

SHIFTER GRADUADO – Aberta a pilotos de kart com idade de 16 anos completados no ano em curso, até 35 anos completados no ano em curso.

SHIFTER SÊNIOR – Aberta a pilotos de kart com idade igual ou superior a 35 anos completos.

Obs. Os pilotos poderão se inscrever em apenas 01 (uma categoria)

ARTIGO 3º - Numeração (obrigatório o uso do nº na frente e atrás) - O piloto e/ou equipe, só poderá mudar o nº mediante requerimento e se isto não causar transtorno a outras equipes ou a organização.

SHIFTER JUNIOR – Placa Preta com nº Branco

SHIFTER GRADUADO: Placa BRANCA com nº VERMELHO

SHIFTER SENIOR: Placa AMARELA c/nº PRETO.

ARTIGO 4º - Abastecimento - O abastecimento será feito pela organização da prova com combustível designado pela organização em parque fechado para a tomada de tempo como para a prova. A utilização de outro combustível ou da alteração do mesmo implica na desclassificação do mesmo. O tanque de combustível deverá ir totalmente drenado para o parque fechado antes da classificação e prova.

ARTIGO 5º - Peso:

SHIFTER JUNIOR – 165 kg

SHIFTER GRADUADO – 180 kg

SHIFTER SÊNIOR – 180 kg

O peso mínimo obrigatório para o conjunto kart/piloto em ordem de marcha. Esse é o peso mínimo absoluto e poderá ser verificado qualquer momento pelos Comissários Técnicos, portanto será pesado o kart em ordem de marcha . Qualquer infração por falta de peso ao término da Tomada e da Prova a equipe será desclassificada.

ARTIGO 6º - Vistoria Técnica - Fica a cargo dos Comissários Técnicos do evento.

ARTIGO 7º - Equipamento Chassis / Motor

Chassis – Qualquer marca homologado CBA, liberado o intercâmbio de peças entre as mesmas, e o chassi não poderá sofrer alteração que mude a sua característica. Liberado apenas o retrabalho no chassi para fixação da alavanca de câmbio. Só poderá usar um chassi por prova, sendo que o mesmo será lacrado.

a) Eixo – Poderão ser utilizados os eixos de 40mm de diâmetro e 2.9mm de espessura e 106cm de comprimento ou eixo de 50mm de diâmetro. Fica expressamente proibido a utilização de qualquer outro eixo.

Motor – T.M. 125c modelos: K7, K9, K9B e K9C – Homologado CIK, proibido qualquer tipo de preparação ou modificação no motor, exceto de acordo com este regulamento artigo 8º - item F – G e H.

ARTIGO 8º - Demais Equipamentos – Liberado todas as peças originais T.M de acordo com a ficha de homologação do motor.

a) Escapamento - curva e marmita abafadora original K9 sem retrabalho. Liberado o uso da marmita ELTO e Marmita em fibra de carbono.

b) Carburadores – Delorto VHSH 30mm de guilhotina. Permitido as trocas internas de peças, desde que sejam peças originais Delorto.

c) Câmbio – Todas as engrenagens deverão ser originais, conforme homologação.

d) Relação Shifter Graduado e Sênior: coroa – marca livre 24, 25 e 26 dentes / pinhão marca livre: 15, 16, 17 e 18 dentes. Relação Shifter Junior: Coroa Marca livre 25 dentes/ Pinhão 16 dentes,

e) Flange Shifter Graduado e Sênior – original sem retrabalho, terá que respeitar a especificação do motor, ou seja, motores k9b terão que usar flange e torque de palheta do k9b e assim sucessivamente. Flange Shifter Junior: K9, original sem retrabalho, medida 22mm.

f) Cabeçote K9 (bolha)– Volume mínimo de 13cc para as categorias Shifter Graduado e Shifter Sênior e volume de 15cc para a categoria Shifter Junior, até o último fio de rosca, medidos com seringa marca Yale. Somente poderão ser retrabalhados para adequação da taxa do motor. As roscas de vela deverão ser mantidas originais, tanto no fio de rosca e comprimento, quanto no diâmetro. É proibido que a rosca de vela ultrapasse para a câmera do cabeçote.

g) Pistão K9– Permitido utilizar qualquer pistão sem retrabalho, desde que mantida a cilindrada em 125cc, nas medidas 53-93/ 53-94/ 53-95/ 53-96/ 53-97 e 53.98 (junta do cilindro liberada).

h) Cilindro – Liberado o encamisamento e o retrabalho do cilindro de ferro fundido em liga de nickel cromo, ou banho de nicacil.

i) Pirâmide – original sem retrabalho,terá que respeitar a especificação do motor, ou seja, motores k9b terão que usar pirâmide k9b e assim sucessivamente.

j) Tanque De Combustível – Central

k) Os itens não relacionados deverão estar de acordo com homologação CIK/FIA.

l) Filtro – Obrigatório o uso do filtro de ar RBC, sem retrabalho e completo.

m) Ignição – K9 –(analógica) – Original do Motor

n) Biela – Original TM ou nacional de qualquer marca, observados diâmetro do furo superior e inferior, mantendo a mesma distância entre eixos, não podendo ser diferentes das medidas estabelecidas pelo fabricante original, assim também como os pinos superior e inferior e respectivas gaiolas.

o) Velas – EG/EGV B8 – B9 – B10

p) Carter – Preparação Livre

q) Pára-choque – Será obrigatória a utilização da proteção traseira, homologada CBA ou CIK/CBA e/ou a proteção traseira de ferro, que cubra as rodas traseiras conforme modelo na loja do Kartódromo.

r) Freios – Permitido somente fabricação nacional.

ARTIGO 9º - PNEUS – Somente poderão ser utilizados para a tomada de tempo, repescagem e provas, pneus fornecidos pela organização, que serão identificados e entregues através de sorteio para serem montados pelos times no Parque Fechado e devolvidos à organização para a devida guarda.

Para a tomada de tempo, repescagem e provas, os karts deverão ser encaminhados ao Parque Fechado, nos horários previstos, sem os pneus. Após o ingresso dos karts, os pneus serão retirados do depósito, para a respectiva montagem. Ao término da tomada de tempo e provas, e após a devida liberação pelo Comissário Técnico, os pneus serão obrigatoriamente devolvidos ao depósito, antes da retirada dos karts do Parque Fechado. Qualquer procedimento contrário ao acima estabelecido implicará na punição do piloto, e os pneus não mais serão válidos para a utilização na tomada de tempo ou nas provas par as quais estiverem destinados.

9.1SHIFTER JUNIOR – Pneu MG Vermelho – Serão utilizados até 06 pneus do tipo slick, sendo 03 dianteiros e 03 traseiros ou 04 pneus do tipo “wet”, para toda a competição, podendo o piloto usa-los da forma que melhor lhe convier, desde que respeitada a decisão do Comissário Técnico.

9.2SHIFTER GRADUADO / SÊNIOR - Pneu MG Amarelo – Serão utilizados até 08 pneus do tipo slick, sendo 04 dianteiros e 04 traseiros ou 04 pneus do tipo “wet”, para toda a competição, podendo o piloto usa-los da forma que melhor lhe convier, desde que respeitada a decisão do Comissário Técnico.

Obs. Pneus wet – não será obrigatório a compra dos mesmos.

ARTIGO 10º – Das Baterias e Formação do “Grid” de Largada – As provas terão três baterias e serão realizadas em circuito a ser informado em adendo, obedecendo ao número de voltas estabelecidas na adendo da programação.

O grid da primeira bateria será determinado pela tomada de tempo, o da segunda, pelas colocações obtidas na primeira e o da final pelas colocações obtidas na segunda bateria.

ARTIGO 11º – Da Premiação: Serão distribuídos troféus para os seis primeiros colocados de cada categoria. Será declarado Campeão Brasileiro de Shifter Kart – 2009, em sua respectiva categoria, o piloto que obtiver melhor colocação na final.

 

 

Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2009.

 

 

Comissão Nacional de Kart

Última atualização ( Sáb, 24 de Abril de 2010 05:12 )