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Geral – Não foi por falta de aviso...

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O novo Regulamento Nacional de Kart, popularmente conhecido como RNK, publicado no dia 03/01 traz uma perigosa “novidade”, da qual já havíamos alertado o risco de ocorrer em matéria publicada maio de 2009.

Repentinamente, o mês de maio de 2009 nos fez pensar estar vivenciando a comemoração de ano novo de forma antecipada. Fogos de artifício, gritos de “viva”, comemorações efusivas, tapinhas nas costas e palavras de ordem na base do “agora vai!”. Tudo isso porque a CBA- Confederação Brasileira de Automobilismo ia promover no final do ao o primeiro Campeonato Brasileiro de Kart Indoor.

Em meio à turba sorridente o Planet Kart publicou no dia 13 de maio daquele ano, o artigo “Amador - Imbróglio no kart indoor” (Clique aqui e leia na íntegra), em qual esclarecia que o kart indoor é por natureza um esporte amador e assim o deve ser entendido juridicamente. À CBA cabe tutelar o automobilismo de alto rendimento, que é o erroneamente, mas popularmente conhecido, como automobilismo e kartismo “profissional”.

Ficou claro, portanto, que a questão não era meramente poética, ou semântica e sim uma séria questão jurídica, de que alguém estava literalmente invadindo e fazendo festa em casa alheia. Por interesse, quer seja financeiro, quer seja de simples “oba-oba”, todo mundo fingiu de morto e o tal hiper-super-mega-blaster-plus Campeonato Brasileiro de Kart Indoor acabou acontecendo.

Mas no mesmo artigo lançamos um alerta. Não iria demorar para a entidade máxima do automobilismo achar que a bagunça era um bom filão e com tantos milhares de adeptos espalhados pelo Brasil, seria um “bom negócio” criar a categoria oficialmente e passar a cobrar dos tolos incautos que festejaram em 2009 a obrigatoriedade de filiação e aumentar sua polpuda arrecadação.

Fizeram cara feia. Teve quem chamasse à boca pequena o Planet Kart de arauto do apocalipse e o tempo passou...

Passou e quem avisa, amigo é!

Dia 3 de janeiro de 2011 a comunidade kartística deste país varonil recebeu sua nova legislação, que entrou imediatamente em vigor. Disfarçadinho, escondidinho, sem nenhum alarde, lá está dento do Capitulo II – Dos Pilotos -, o artigo 5, que em seu item IX recebe uma nova classe de “motoristas”: O tal de Piloto de Kart Indoor, ou simplesmente, PI.

Não foi engano. Erro de redação. Está lá, com todas as letras para quem souber (hoje isso é desnecessário, pois sem leitura se vira Deputado e até Presidente) e quiser ler!

Na seqüência, no artigo 5.1 especifica-se que para ser PI tem de ter idade mínima e ser nascido antes de 1997, portanto, menores de 14 anos de idade, só do lado de fora do alambrado, assistindo o povo acelerar.

Só para “lembrar”, no artigo de 2009 do Planet Kart fomos claros, claríssimos: -

“Ora, ao se determinar a filiação de kartistas amadores (o que, relembre-se é impossível juridicamente), meros praticantes de kart indoor, que exatamente pelos baixos custos de participação e bolsos idem não participam do chamado “kart profissional” (sic), cria-se, automaticamente, o precedente para que a CBA passe a exigir (e cobrar) de quem quer que seja que vá posteriormente “brincar” de kart indoor a “benedetta” Licença de Piloto, ou trocado em miúdos, a “carteirinha” de piloto da CBA.”

“Se a opção dos atuais cartolas do automobilismo for passar ao largo desse “mero detalhezinho jurídico” e prosseguirem na realização do evento ex-amador com sendo “chapa branca”, certamente no futuro veremos a pobre Tia Nicota debulhando em lagrimas no balcão de algum indoor da vida, com a obrigatoriedade de filiar à CBA o bando de sobrinhos e coleguinhas que desceu da Kombi. Como a principal fonte de receita do Kartódromo Granja Viana é, declaradamente, advinda do kart indoor, o “Brasileirão de moedor-de-cana” pode se tornar um belíssimo tiro no pé...”

Well, o segundo passo para esse quadro se tornar realidade já foi dado. O primeiro foi a institucionalização indevida de um Brasileiro de Kart Indoor por quem não tinha poder para tanto. Agora se cria a categoria e a natural obrigatoriedade decorrente de se “fazer a carteirinha” – mesmo que a um custo momentaneamente menor – de “chauffer” de moedor-de-cana.

O próximo inexorável passo será ver a pobre tia Nicota debulhando em lágrimas no balcão do kart indoor da esquina, com seu bando de sobrinhos que desceu da Kombi choramingando, porque não vão poder andar de “cracatoa” por não terem Cédula Desportiva da CBA, que nem conseguiriam por ter menos de 14 anos.

Isso sem falar nas centenas de clubes e associações que verão suas parcas verbas de arrecadação diminuírem ante a obrigatoriedade de seus “associados” serem (ilegalmente) filiados a quem deveria cuidar somente de esporte de alto rendimento.

Se isso realmente ocorrer, o “culpado” está definido desde aquela matéria publicada, ou seja, a avidez mercantil de um único organizador de campeonato de kart indoor, que de forma inconseqüente (até porque não entende patavina de kartismo) e megalomaníaca resolveu ser o pop star que “inventou” o tal Campeonato Brasileiro de Kart.

Confira o texto do Regulamento Nacional de Kart 2011:


CAPÍTULO II - DOS PILOTOS
ARTIGO 5 – CATEGORIAS – DOS PILOTOS DE KART

Para participação em provas de Kart, será exigida Licença de Piloto de Kart, observada a seguinte graduação:
I - Piloto Mirim de Kart – PMK.
II - Piloto Cadete de Kart – PCK.
III - Piloto Júnior Menor de Kart – PJMK.
IV - Piloto Júnior de Kart – PJK.
V - Piloto de Kart – PK.
VI - Piloto Graduado de Kart – PGK.
VII - Piloto Sênior de Kart “B”– PSKB.
VIII - Piloto Sênior de Kart “A”– PSKA.
IX – Piloto de Kart Indoor – PKI

5.1 – Para requerer a Licença de Kart em 2011, os interessados deverão se enquadrar nos seguintes intervalos de anos de nascimento:
I - PMK – de 2003 a 2005, e com 6 anos completos.
II - PCK – de 2000 a 2003, e com 8 anos completos.
III - PJMK – de 1998 a 2000.
IV - PJK – de 1997 a 1998.
V - PK – de 1986 a 1997.
VI - PGK – antes de 1997.
VII - PSKB ou PSKA– antes de 1986.
VIII – PKI – antes de 1997

 

Última atualização ( Dom, 09 de Janeiro de 2011 22:10 )  

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