No ultimo sábado (29/09) as “novidades” rolaram soltas pelo Kartódromo Internacional Granja Viana: Primeira das três rodadas do play-off, primeira rodada do Torneio Dolly Guaraná e “estréia” de Ricardo Molina como piloto da categoria Senior Executive.

Talvez a “galera” mais nova no kartismo (ainda) não conheça esse “bota”, por isso vai um breve “brieffing” do “Mr. Clavícula”: Piloto Senior A de escol (da época dos grandes “pegas” com Renato Russo, Glauco Alex e Caio Travaglini em Paulistas e Brasileiros) “recheado” de títulos importantes, engenheiro competentíssimo, pai de duas lindas gatinhas – logo, logo vai ter de comprar um espingardão – e maridão da Dona Monica, Ricardo Molina sempre consegue dar um jeitinho de brindar os leitores do Planet Kart com textos e artigos deliciosos, como a série “Faça Você Mesmo” que, temos certeza, virou “livro de cabeceira” de muita gente.

 

Depois de um “pit stop” forçado por compromissos profissionais e familiares, Molina está de volta às pistas e a mil por hora no “flying” #21 e, como sempre, com o inestimável trabalho da Anderson Competições. Já que está de volta, não perdemos a chance de pedir para contar, com exclusividade para os leitores do Planet Kart, um pouco do que somente viu quem estava Por Trás da Viseira!

 

Confira:

 

- Meu preparador de chassis, Anderson, já vinha insistindo desde o início do ano:

“Anda na Executive que a categoria é boa: Grid cheio, regulamento técnico claro e congelado há anos. E a disputa é boa!!!”

 

- Bom, isso nem era preciso dizer. Como “habitué” da Granja Viana, sempre que pude acompanhei as provas da categoria: amigos e adversários de outros tempos como Borelli, França, Zé Roberto Leardini militam na categoria há tempos e, desde...sempre, considerei a Senior Executive um exemplo de como uma categoria deve ser concebida e mantida.

 

- E chegou a oportunidade. O Zé Roberto me emprestou o motor, o kit eu tinha de outros tempos. Fernando Tchê fez a revisão com a qualidade e carinho com que sempre cuidou do meu equipamento. E o chassi? Bem, este é um capítulo à parte...

Quadro novo (o anterior estava em petição de miséria), e o preparador com uma gana de vencer que eu não via já faz tempo:

“Ô, Molina! Vamos fazer como sempre (Caracas... é o 10º ano de trabalho conjunto): humildade, trabalhar no chassi, passar os carburadores, buscar os ‘pelos’. Não vai achando que vai chegar ‘apavorando’. Os motores são ‘standard’, todo mundo anda junto e não tem margem para erro. É ritmo do começo ao fim...Vamos fazer a ‘bagaça’ andar!!”

 

- Jamais considerei nenhuma corrida fácil. Apesar de a maioria dos Executives da categoria correr exclusivamente na Granja, não participando dos campeonatos ditos “mais fortes”, tenho certeza que o nível técnico é, no mínimo, igual. E tem gente lá que consegue fazer tempo de olhos vendados, tamanha a experiência de Granja. O

negócio foi, então, trabalhar, trabalhar, trabalhar...

 

- Tomada de tempo no “melado”. Bem diferente de “molhado”. Faca na boca e vamos pro pau!

- Mas o chassis estava uma obra-prima e a “missa” foi a de sempre: reta por dentro, Curva 1 com duas rodas na zebra. Não deixa espalhar no “S”, por fora na 2, cruzando reto a borracha na saída. Chicane sem borracha, mas a saída é fechada: - Não atravessa, Zé!!!

- Subida, freada um pouco mais para dentro: - Não espalha que tá sujo.

- Subida, reta... - Devo estar bem classif... E aquele maldito barulho de curva de escape quebrada!!!

 

- Pergunto como fui. Terceiro. Bom, logo atrás do pole. Quem foi? Max Lutjens.

- Pouquíssima experiência: já esteve em grid com Ayrton Senna, no tempo em que os pneus eram tão duros que dois jogos duravam uma temporada.

 

- Não tem curva extra. O Italiano emprestou uma (agradecimentos no final).

 

- No grid, Flávio Kawakami, o 2º, vem conversar: Ele está no Play-Off, e pede cuidado. Lógico: Eu estou de franco-atirador, e não pretendo estragar o campeonato de ninguém.

 

- Na largada, cuidado na primeira volta. Pneus novos com cera, calibragem baixa. Freada da 1: Flávio dá uma deslizada, passo por dentro. Seguem-se (acho) que 10 voltas, sem que o Max erre. O motor dele “fala” de reta, e o Flávio me atacando por dentro. Aí o Max dá uma chance (segundo ele, depois, ali já estava meio cansado, ao que retruco com um “vê e cuida desse físico para o ano que vem”, agradecendo a sorte). Passo na freada da 2 ... E pernas para que te quero, que atrás vem muita gente.

 

- Foram mais vinte e tantas voltas como se o Tinhoso estivesse no meu cangote. E a sempre bem vinda “bandeira a quadros” (Claudião, essa foi pra você). Com muito gosto.

 

- Foi fácil?

 

- Nem f....!!!

 

- Já tem um bocado de cabelo branco aqui em cima e o  “ar” é uma mercadoria muito apreciada nesta idade.

 

- Venci, sim, minha primeira corrida na Senior Executive. Com satisfação pelo trabalho bem feito, e certo de que a vitória surgiu do respeito pela categoria e do esforço de todos na equipe para que tivéssemos um bom desempenho. Lugar de destaque na estante para o troféu... E treino na semana que vem, pois a galera não vai deixar barato, na próxima!!!

 

Agradecimentos (posso, né Cláudio Reis?):

 

* Anderson (Competições): qualidade, organização, dedicação. Muito além do dever.

 

* Fernando Tchê: na vistoria, a prova do que é trabalho bem feito, do começo ao fim: era o motor "mais standard", e mesmo assim um foguetinho. Montado como um relógio,...,espanhol (hoje em dia, isto quer dizer MUITO BOM.).

 

* Italiano: não tinha obrigação nenhuma, ainda mais que também tinha piloto na categoria. Mesmo assim emprestou a curva de escape entre a tomada e a corrida. Espírito esportivo e profissionalismo.

 

* Pilotos da Executive: já andei de quase tudo que possa ser chamado de kart, em diversos estados e mesmo no exterior, mas nunca tinha sido tão bem recebido numa estréia em categoria. Realmente me fizeram sentir bem vindo.

 

 

Ricardo Molina (Anderson Competições)

 

 

Confira o resultado final da Executive na 8ª etapa do Campeonato Paulista de Kart Granja Viana e 1ª etapa do Torneio Dolly Guaraná:

 

1. 1.- Ricardo Molina, com 31 voltas em 18m02s339
2. 2.- Marcio Quixadá, a 7s014
3. 3.- Flavio Kawakami, a 11s740

1. 4. – Max Lutjens, a 12s974
2. 5.- Walter Naterer, a 13s151
3. 6.- Jorge Borelli, 13s701
4. 7.- Carlos Abreu, a 13s845
5. 8.- Munir Aboissa, a 17s865
6. 9.- Welson Jacometti, a 18s046
7. 10.- Hirano Toyohiro, a 18s259
8. 11.- Jose Raul, a 18s508
9. 12. – Vicente Borges, a 21s251
10. 13.- Mauricio Alfredo, a 21s732
11. 14.- Domingos Iorio, a 35s251
12. 15.- Jose Tinoco, com 27 voltas
13. 16.- Roberto Azana, com 21 voltas
14. 17. – Vladimir Reggiani, a 16s346
15. 18.- Basilios Eleutherio, a 5m48s674
16. 19.- Jorge Sarmento, com 9 voltas
17. 20.- Jose Roberto, com 6 voltas
18. 21.- Jose França, com 3 voltas

 

Pole Position: Max Lutjens, com 41s242

Melhor volta: Ricardo Molina, com 34s536